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Junto ao Papa Francisco, renovemos a nossa Aliança de Amor pela paz no mundo

Consagração a Maria

Querida Família de Schoenstatt,

No próximo dia 25 de março o Santo Padre vai consagrar a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, durante a Celebração da Penitência às 17h00 na Basílica de São Pedro, convidando todos os Bispos do Mundo a fazê-lo também. Em Fátima, na condição de Legado Pontifício, estará o cardeal Konrad Krajewski, Esmoler Apostólico que recentemente visitou a Ucrânia, que fará o ato de consagração na Capelinha das Aparições, às 16h00 portuguesas, durante a oração do Terço e acompanhado dos Bispos Portugueses.

Para nós, Movimento de Schoenstatt, a Consagração a Maria é um ato significativo e constitutivo da nossa maneira de ser e de atuar no mundo. Sabemos e procuramos viver sempre desta consciência de ser inteiramente propriedade de Maria. É Ela que abre o nosso coração para Deus e nos educa e forma para viver como irmãos uns dos outros. É através da sua presença e da sua intercessão constante que somos testemunhas dos milagres de acolhimento, de transformação e de envio, que acontecem em cada um dos nossos santuários. 

Estamos a viver um momento muito delicado da nossa história, em que assistimos a uma guerra entre povos irmãos. Ainda mais, porque acontece “mesmo à nossa porta”. Toda a guerra é um fracasso. Confronta-nos com a violência e a agressão que habitam no fundo do coração do homem. Queremos e desejamos um mundo fraterno e solidário, mas sempre nos debatemos repetidamente com a incapacidade de construir uma paz duradoura. É fácil desanimar e desistir. 

O Pe. Kentenich sempre nos desafiou a um diálogo com o Deus da História. Perante os acontecimentos (pessoais ou coletivos) convidava-nos sempre a procurar a vontade de Deus: que quer Deus com isto? Como posso responder aos Seus desejos? O Pe. Kentenich desafiava-nos a tirar partido das nossas debilidades para nos lançarmos nos braços da Misericórdia de Deus. Perante a experiência do pecado e da miséria humana aconselhava-nos a “não nos surpreendermos, a não ficarmos confusos, a não desanimarmos e a não nos habituarmos” (Cf. Fernández, R., “Desafios do nosso tempo”, Ed. Patris, 2002, p. 150–153). Acaso não continua a influir em nós a força do pecado? Todo o projeto humano, se não tem a Deus como fundamento, é como a casa construída sobre areia, do evangelho (cf. Mt 7, 24–28). 

Sem um olhar de fé, perdemos a esperança. Precisamente neste tempo de quaresma, em que nos preparamos para celebrar a Páscoa da Ressurreição, queremos ser iluminados pela luz da fé e redescobrir que somos filhos de Deus e membros de Cristo. Como Ele, queremos ser autênticos "milagres de humildade, de confiança, de paciência e de amor". Queremos aprender d'Ele, a sua entrega filial e abandono em Deus Pai até ao extremo (cf. Kentenich, J., “Às segundas-feiras ao anoitecer…”, Tomo 21, Ed. Sociedade Mãe e Rainha, 2008, p. 59–73).

Esta atitude filial de entrega e confiança, também a aprendemos na escola de Maria. A nossa Aliança de Amor quer ser o motor interior para atravessar os momentos de escuridão e de incerteza e para nos mantermos firmes ao pé da cruz junto a Maria como o discípulo amado (cf. Jo 19, 25–26).

Queremos renovar com Ela o nosso compromisso com o Capital de Graças e entregar o nosso esforço pela santidade — “conquistai muitos méritos através do fiel e fidelíssimo cumprimento do dever e de uma intensa vida de oração e colocai-vos à minha disposição” — como o nosso humilde contributo para a salvação do mundo. 

Como Ela, queremos manter a fé, a esperança e caridade em todas as circunstâncias. Essa é a “marca de Maria”, que nós também queremos levar e com a qual queremos “marcar” cada um dos nossos gestos e palavras. Como Ela, não queremos desistir nem ficar fechados em nós próprios. Como Ela, queremos estar atentos às necessidades dos que estão à nossa volta e, como Ela, acudir apressadamente ao seu encontro (cf. Lc 1,39). 

Um obrigado a todos aqueles que durante estas últimas semanas nos têm testemunhado este espírito de serviço e de entrega, procurando atender e aliviar as necessidades dos que fogem desta guerra.

Neste espírito, convido-vos a que, juntos como Família de Schoenstatt, renovemos a nossa Aliança de Amor pessoal e comunitária, nos unamos e participemos espiritualmente neste ato tão significativo, que o Papa Francisco realizará neste próximo dia 25.

Torna-nos semelhantes a ti.
e ensina-nos a caminhar na vida como tu: 
forte e digna, simples e bondosa, 
irradiando amor, paz e alegria. 
Em nós percorre o nosso tempo, 
prepara-o para Cristo. 

(Rumo ao Céu, 609)

 

Unidos em Aliança,

P. Lorenzo Lutjens
Diretor Nacional